terça-feira, 9 de abril de 2013

Ela - o pensamento em mim

Ela – o pensamento em mim

Não basta estar ao seu lado
É no seu pensamento
Que eu quero estar com você


Fico pensando. Quero saber no que ela pensa. Se pensa em mim. Se sente necessidade de saber o que penso, como estou. Se ela sente minha falta, minha ausência. Meu silêncio.
Não me importa muito saber onde ela está com quem ela está. O que quero o que me preocupa e me interessa é saber se ela está com a cabeça em mim. Distraída, absorta. Os pensamentos dela cogitando sobre mim. Sobre o que penso. Se penso nela.
Penso nela. Muito. Muito mesmo. A cabeça dói. Os pensamentos se dilatam. O estômago. As enzimas. O sofrimento é na carne. O organismo implora, precisa dela. Ela, meu alimento. Minha morfina. A ausência dela, uma crise de abstinência. Azia. Cólica. Diarreia de maus pensamentos. Ideias ocas, frouxas. Confusas.
O que ela pensa?
O que ela pensa?
Pensa em mim, na certa.
Não sei. Não se sabe. Tantas outras coisas na vida, no dia a dia. No inferno do cotidiano.
Exterminar tudo. Só eu e ela. O outro para si mesmo. Nós dois. Mais nada. Sem aflições, pessoas, acontecimentos alheios.
Os dois a par de tudo o que acontece e se passa com o outro. Sem mistério. Sem segredos. Sem distâncias.
Eu sei o que ela pensa.
sei o que você pensa. Você não pensa em mim durante todo o tempo. Tem outras coisas, eu sei. Outras coisas, mas será que você não sabe, essas outras coisas são insignificantes. Não servem para nada. Só para nos destruir. Para nos distanciar. Gosto de você. Quero você. Quero que você pense em mim a todo momento. Sem se deixar distrair pelo mundo em volta. Ele não interessa. Obsessão, quero ser o seu objeto de obsessão. É isso. Obsessão. Delírio. Devaneio. Ternura.
Quero saber o que ela pensa quando pensa em mim. O que ela sente. Como se sente. Alegria. Alívio. Desejo.
eu penso em você. Me ocupo só de você. Não passo um segundo sem pensar em você. Você a todo momento. Você a toda hora. Penso sem você, que você pensa em mim também naquele exato momento, e me sinto bem. Sinto conforto. Segurança. Tudo faz sentido num mundo de absurdos. Minhas ideias ficam claras. Meus olhos brilham.
Ah, como tudo é maravilhoso, ela pensa em mim!
Até mesmo quando olha para outra pessoa. Até mesmo quando conversa com outro alguém. E até nas ocasiões mais improváveis, sim, sou eu o pensamento dela.
Não haveria por quê ser diferente, de outra maneira. Estou na cabeça dela. Sou sua ideia fixa. Seu pensamento constante. E quando ela pensa em mim não há com que se preocupar.
A vida plena, a vida bela somos nós dois. Um em relação ao outro. Pensamos do mesmo jeito, pensamos as mesmas coisas porque pensamos, sem parar, sem tréguas, um no outro.
Pensar nisso tudo ainda não é suficiente para me acalmar. Confio nela. Sem dúvida. Mas o cérebro da gente é uma presa fácil. Vulnerável. Se deixa fisgar facilmente. Mas é preciso resistir – ela sabe. Eu sei que ela sabe, que ela pensa em mim.
Eu sei muitas coisas. Muitas coisas que não me servem de nada. Queria ter a ciência, a capacidade intuitiva, a habilidade física de saber os pensamentos dela, de adivinhá-los. De transformar todos eles em pensamentos sobre mim. Um mimetismo intelectual, afetivo, amoroso. Reflexivo.
A razão dela passando por mim. Suas palavras ocultas. Eu filtrando tudo. Purificando. Contaminando. Tudo que ela pensasse seria em mim. Sobre mim. Nós dois. Mais nada. Mais ninguém.
A vida essencial – somente eu e ela. Numa confluência infinita de pensamentos, reflexões, desejos, sonhos.
A existência perfeita – eu, pensando nela, ela, o pensamento em mim.



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