no vácuoárduonem mesmoo silêncionão-está
terça-feira, 24 de setembro de 2013
segunda-feira, 23 de setembro de 2013
Linhas de Schiaparelli
vistos do espaço
os espaços
são linhas ine}{istentes
Mesmo assim
o olho humano
animal
insiste em traçar medidas
onde só há distâncias
quinta-feira, 19 de setembro de 2013
SEM PALAVRAS - PRAZER SOLITÁRIO
Gozo
humano? Gozo de pessoa. Gozo da carne, do osso – explosão do corpo
todo. Todos os sentidos. A sensação de alívio. O louco delírio.
Acompanhado de agonia. Deus deve ter se sentindo assim quando
ejaculou a natureza e entreviu um mundo sendo criado por
superespermatozóides. O outro ser. A pessoa, lá, deitada ao seu
lado. Aquela passividade. Aquele silêncio cheio de rumores. O lençol
repleto de solidão. Os olhos fixos no vazio que só olhos da gente
nessas horas podem ver. A lembrança sem acontecimento. A memória
atemporal. Como se fôssemos parte duma recordação presente. Me
aborreço. Mando embora. Anda, levanta e sai. Vai. Tão seco. Mas
isento de mágoa. Apenas a sensação de que as palavras não servem,
não dão conta de expressar o que sinto. O que me aflige. Me
interroga. Por quê? A mente da gente... nós mesmos... a grande
dúvida. Ter alguém. Ela, a outra pessoa. Uma maneira de termos a
nós mesmos. Fisicamente? Carne e osso. Suor e pele. E o vazio que
não cabe no espaço. Na distância entre nós. Na distância dum
espaço tão mínimo. Não é o vazio vazio. O oco solto. A
melancolia. É mais como enfiar a mão por dentro de si mesmo e
sentir-se sem se sentir. Sem, em ti. Sem, em mim. Vai. Não pergunta.
Não diz. Isso não tem nada a ver com o que podemos dizer um ao
outro. Nada do que aconteceu importa. Tem importância? Então vai.
Sai pela porta. Quem sabe em outra circunstância. Agora, quero estar
só comigo. A sós comigo. Não diga bobagens. Isso não tem nada a
ver contigo. É como tudo. A comunicação? A comum ação? Não é
por que falamos a mesma língua... não é por que usamos
praticamente as mesmas palavras, expressões, ditos, frases e tudo o
mais que isso, que temos algo em comum. Que partilhamos as mesmas
experiências. Que expressamos exatamente igual, ou às vezes com
pequenas variações, aquilo que vivemos. A comunicação. A comum
ação. A comungação. A comunhão. É mesmo isso? A solidão do
nascimento. A solidão do viver. A solidão sólida em nós. A
alegria estéril no sorriso. Não vêm com a gente. Vêm com os
outros. Dos outros para nós. De nós para os outros. Veste a roupa e
me diz o que sente enquanto abro a porta e vejo você sair. Amor,
não. Vai embora. O meu desejo não está mais no gozo do teu corpo.
E o meu corpo não deseja mais ser teu. Vai. Sem medo. Sem tristeza.
Que a vida é solidão. Alegria... satisfeita consigo mesma.
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segunda-feira, 16 de setembro de 2013
VERSOS&REVERSOS
escrevo neste momento
porque não tenho vontade
nem sei o que escrever
apesar disso
não escrevo com indiferença
apenas escrevo
como alguém que sabe que escreve
só porque não tem o quê escrever
e assim
pode se aventurar de outra forma
em meio às palavras
as PALAVRAS
estas minhas de agora
nada têm com os sentimentos
ou com minha vontade
só com ELAS mesmas
que são muitas e simples
como as estrelas que existem
não são como eu que
por viver em meio a tanta gente
sozinho
traz dentro de si uma multidão profusa
de inúmeras faces
quarta-feira, 11 de setembro de 2013
A Boca Verte-Cal
deus dá uma baforada na madrugada O
sereno nebuliza as cortinas cerradas
el silencio yaz en un rincón Se
balançando como autista
as santinhas no oratório
{em vigília constante
}não se olham{não se atrevem
brincando de centrífuga
com umbigo
el chico se acerca de las santas No las
mira
não ousarias – o sagrado
fere machuca
pune os imprudentes
o sermão da missa
Su consuelo umbiguista
parado
as santinhas
desconfiam
no hacen nada dios
traga soberbio su cigarro de bezoar
será que têm
sexo? levanta os mantos sacrossantos
das santas
imantadas
VIRGENS BOÇAIS
LINGUETAS
RIJAS
PRAZERES
FRÍGIDOS
una jauría se
desbanda apresurada {os destroços da presa cessam seus gemidos
}num convento a
irmã acorda Sentindo comichão nas partes íntimas
antes de cerrar las
ventanas Um beijaflor passa voando Con un murciélago no bico
deus solta sua
fumaça ácida na cara assustada do mundo FUUUU
as santas vertem
um líquido viscoso {pastoso} de sus ojos espermiungidos
o garoto se
contorce no chão Dando glórias pelo antimilagro que testemunha
a dios poco le importa morir de
cancêr de pulmão – así lo
AD-VERTE
EL ANTIMONASTERIO DE LA SALUD
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