quinta-feira, 29 de maio de 2014

xxx Poesia Porno xxx

Inútil Fingir

Ora, menina!
Se te amo?
Mas é claro que te amo
E te amo com ternura
Só não finja que não sabe
que também anseio você nua...


Poema Saidinho (2006)

Sou poema que quer se deitar com você
Por isso, agora, me põe no seu colo
e deixe que as palavras saíam do limite da folha
           [e sejam mãos acariciando os seus joelhos

            Isso!

Imagina eu ajoelhado diante de você
com os olhos à altura dos seus seios
desejando tocá-los
com o mesmo fervor com que toca em mim

         ...afago sua cintura
         seu quadril
         e inclino minha cabeça
         no meio de suas pernas latejantes

        Devagar
        bem devagar
        com leveza e suavidade

Sinto o gosto humano
e o calor de suas coxas...


      Isso
            Oh
      Isso
           Oh
     Ah
          Oh

    (o suspiro é um susto de deleite)

Já não sou mais só um poema
    e você não é mais só uma leitora

Suas mãos estão em mim
assim como minhas palavras
    delirantes
    erram por você toda...

    Isso, vai!
Sinta comigo... descubra
o desejo carnal de ser possuído
   lido
   sublimado...




Calma, amor
Devagar
Me deixa sentir
sua cintura
o seu cheiro
Me deixa perceber
os movimentos de suas mãos
dos seus lábios
de suas pernas...
Geme, amor
devagar, baixinho...

    Calma, amor
    Devagar
    que eu vou divagar

    pelo teu corpo





segunda-feira, 12 de maio de 2014

Poemas Nietzscheanos

Sem Linguagem

Ficar diante das coisas
é vê-las e só pensar:
vejo... elas existem...
A vida plena
a existência sem linguagem
Só palavras... As coisas...
O murmúrio
A mudez de tudo
em tudo

Condicional

Sério
Sereno
Mudo
Como sério
Seria tudo
Que sereno
Mudo
Se fizesse
Sem no entanto
Mudo
Consentir com tudo
Que não lhe fosse
Sério
Sereno
Mútuo


Poema Para Ser Esquecido

Poema para ser esquecido
Esquece-o
e jamais esquecerá
que um dia já o tivera lido
só para esquecê-lo em seguida
como se nunca tivera sido

Esquece-o

sem pensá-lo
porque pensar é contrário ao olvido
e contrariar o que quer ser esquecido
é condená-lo ao passado

Esquece-o

totalmente
como se ele estivesse escrito
com as palavras desnudas de silêncio

Esquece-o

em seus ouvidos
porque
ainda que o lera
um dia
ele jamais lembrará
que já o tivera lido

Esquece-o...
porque só a Eternidade
pura do esquecimento
é que o eternizará
no Templo do Olvido


Palavras-formigas

Folha de papal
em branco
é como um monte
de açúcar glacê:
atrai um bando de
palavras-formigas
que aos poucos
se amontoam
e se deixam ler


Peçonha

Põe o meu dedo em sua boca
como quem fosse beijar uma serpente

Vai... Assim... Sem medo
pois se algum veneno inocular em você
(tenha certeza)
não sairá pelo meu dedo


Canção Pra te Ouvir

Levanta
ou senta
Fica à vontade
Se bater a saudade
diz o que posso fazer
pra te ver sorrir

Só não fica assim
de pé
na vigília senfim
da solidão

Diz o que quer
Eu sei que te quero
E não te trago
em sonhos vãos

Esses teus olhos acesos
dois círios iluminados
na amplidão calada
E a tua música sensível só
aos meus sentidos

Fala do tempo
       futuro
       antigo
Conta pra mim
sobre aqueles amigos

Diz que eu te conheço
      desde hoje
      desde nunca
      desde sempre

Diz qualquer coisa
mesmo no silêncio
só pr'eu saber
como cantar pra você
e te ouvir


Ainda Sem V C ^

Olho no espelho/procurando sua face/mas como poderia ver o seu rosto/com os seus olhos?/A luz refletida do espelho/me atravessa/Algo em você/me atravessa
Sua luz seu calor/Há algo em você/que resplandece/em mim
Ou será delírio meu/Eu que estou sob um sol escaldante?/Não sei até onde isso importa...

Só sei e sinto/sem estar com V C ^