quinta-feira, 10 de outubro de 2013

NEM EUMESMO

Que seja orgulho
a minha incompreensão
E vaidade
o meu segredo

Que seja vulnerável
o meu egoísmo
E suscetibilidade
o meu “eu-mesmo”

Que seja carência
o meu amor
E desejo
a minha solidão

Que seja fero afago
o meu carinho
E ódio
o meu olhar vermelho

Que seja imposição
o meu silêncio
E loucura
a minha lucidez

Que seja sublime
o meu escuro
E áspera
a minha luz

Que seja exato
o meu contrário
E oposto
o meu acerto

Que sejam flores negras
as minhas estrelas
E imenso mar
o meu céu revolto

Que seja vontade
o meu pensamento
E indiferença
o meu desespero

Que seja estar-sendo
o meu ser
E firmamento
a minha palavra


Quem sabe de mim senão nem eumesmo

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