Elimar era um ser ENORME, muito mas
muito GRANDE.
Tinha uns olhos profundos,
vagas, vagos.
A gente nem sabia ao certo se Elimar
era ele ou ela.
E isso aumentava inda mais
nossa curiosidade.
Elimar às vezes passava pela gente e
parecia que ia levar a gente junto. Era incrível!
Arrastava e devastava tudo
com uma força fantástica. De tão emocionante chegava dar um
pontinha de medo.
Eu e os outros queríamos nos aproximar
d'Elimar mas não sabíamos como.
Os mais velhos viviam
discutindo possíveis histórias sobre Elimar. Uns diziam que Elimar
já tinha matado muito gente. Outros, que Elimar já tinha levado
muita gente pra bem longe.
Tinha também aqueles que diziam que
Elimar era culpado por muitas saudades e histórias corajosas.
Navegantes, guerras,
donzelas, piratas, marinheiros, descobrimentos....
A gente ficava na dúvida,
impressionados com tantas histórias fabulosas. Pensávamos e
pensávamos, tanto e tanto, que a gente ficava tonto.
Ficar olhando pra Elimar,
assim, durante muito tempo, meio que perdido, esquecido de tudo,
enfeitiçado por aqueles olhos imensos, infinitos de se perder no
horizonte... também deixava qualquer um tonto de zonzo.
Só que também se sentia uma calma
danada se um olhasse pra Elimar quando estava tudo sereno, manhecido.
Tão bom!
Tinha vontade de mergulhar
em Elimar, me aprofundar pra sempre.
Igual àqueles seres que viviam dentro
d'Elimar, nadando no seu corpo oceânico, marinho.
- Aquário móvel de
amplidão!
Mais tarde, vamos reunir o pessoal pra
contar mais histórias. Eu já escolhi a minha: vou dizer um poema –
o poema Mistério de Elimar.
O mar tá de ressaca. E os
pescadores vão ter que esperar.
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