Tristeza Lascívia
entre os morangos
e pêssegos mofados
na gaveta
de calcinhas comestíveis
(indigeríveis)
o vibrador estrangulado
por um silêncio
de suplícios
no buço
apagado
no ranço
sem viço
o peito
amargo
um seio
sem vícios
no sofá de pernas abertas
sorve o chá que borbulha gelo seco
na mesinha de centro
três rastros
de lágrimas
de um véu negro
essa demência
de estar livre
de roçar
o corpo todo
é mesmo
não estar livre
é engolfar
no próprio
gozo
sobre o peito nu
ela chama a companheira
das horas mornas e solitárias
respirando amena
e vaporizando as aureolas
dos seios róseos
Ela deita do lado dela
deita Ela sobre ela
ouvindo os ruídos e as ruínas
do coração
adormece
enquanto a outra
insone na vigília
chora baixinho
como se orasse a um deus
que soubesse não entendê-la
uma garrafa de vodca
pêssegos mordidos
e espalhados pelo chão
na mão pendurada
à beira da cama
o amor suspenso
na ilusão de uma vida dura
na noite anterior
se derramava
numa felação molhada
por um jesus-falo
roliço
menino
20 cm
superadorado
no travesseiro ao lado
o amante dorme
impassível
um objeto sem sentimentos
depois que acabam as pilhas
Sylvia
Plath
Você
sempre goza em mim
Goza
de mim
com
essa cara de alívio de satisfação
Me
enche de porra
Que
porra!
Essa
sua expressão de quem nasce de quem morre
de
quem está curtindo seu paraíso-zen
Que
merda!
Não
me enche!
Não
me toca!
Não
vê que o meu prazer é solitário
Meus
dedos têm a ternura do meu egoísmo
E
se gozam
e
gozam
é
com meu prazer
—Vamos,
não finja que não sabe o que quero dizer
Dentro
da Boca
A
parte de você que eu tenho na boca
tem
o mesmo gosto do seu braço
o
mesmo cheiro do seu abraço
Tem
o gosto estranho perfeito do seu gozo
se
espalhando dentro de mim
me
invadindo as veias
passando
direto pelo útero
ácido
que corrói
destrói
excita
A
parte de você que eu tenho na boca
com
a qual me comunico com a língua
com
os dentes
com
minhas palavras salivas
é
sua parte mais nobre:
bem
menos dramática que seu coração
bem
mais sincera que seu amor
bem
mais exultante que suas promessas
bem
menos sufocante que seus carinhos
… AI,
ESSA TUA SALIVA
LEITOSA
SALGADA
ESPESSA...
DERRAMA
MAIS DELA
EM
MINHA BOCA...
ELA
É QUE ME DELEITA!
AS
TUAS ALVAS
COSTAS
NUAS
ESBATEM
OS TEUS
LONGOS
CABELOS NEGROS
E,
ÀS CURVAS FORMAS
DAS
COSTAS TUAS,
AS
MINHAS MÃOS TREMULAS
ARDENTES
FLUTUAM
Sombra
de um Suspiro
nesses
teus braços
o
ócio é tesão puro!
Aspiro
da tua boca
todo
oxigênio necessário
para
queimar os meus pulmões
e
acender a vela do Amor
Tua
língua me deixa
todo
embalsamado
dos
teus seios as minhas mãos e os meus lábios
se
deixam escravos
as
tuas costas são uma queda caudalosa
e
alva
do
mais libertino Silêncio
uma
borboleta ofegante pousa no teu ombro-lótus
para
que ela voe
assopro
no teu gemido
sinto
o teu ardor
se
derramando no meu sexo
sinto
que você já se encaixa em mim
um
suspiro profundo
vejo
você linda e enorme
um
corpo maravilhoso
fazendo
sombra de mim
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